«Ninguém tem interesse que a Grécia saia do euro, apesar do discurso pindérico de musculação de ginásio de Passos Coelho sobre os seus "cofres cheios". Se a Grécia caísse, Portugal seria o elo mais fraco. O acordo que se firmará não acaba com os problemas do euro. (...)
Se a troika cedesse, a polarização política sacudiria o Sul e o Norte da Europa (mais à esquerda ou mais à direita, consoante os casos). É por isso que se busca a paz podre. Aquela em que, na fotografia, não há vencedores nem vencidos. Mas, como nuvem ameaçadora, fica a hipótese do fim da moeda única e a destruição do que resta do conceito de solidariedade europeia, de paz e prosperidade, que sempre foi apontada como bandeira de uma Europa unida.
Todos sabem que a Grécia nunca conseguirá pagar a dívida. E que este euro não é um fato que sirva a tantas economias e culturas diferentes. Todos fingirão não ter perdido. Mas os espinhos deste jogo de tronos ficarão aí, disfarçados no meio das rosas dos discursos oficiais.»
Fernando Sobral
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