No dia 23 de Novembro de 1975, num comício de apoio ao VI Governo Provisório, convocado pelo PS para o mesmo local onde quatro meses antes aquele partido organizara uma gigantesca manifestação – a Alameda D. Afonso Henriques em Lisboa –, o que Soares disse nesse dia está registado no site da Presidência da República como «um marco fundamental da mobilização que visa conter os sectores mais radicais do processo revolucionário português».
Houve outros oradores (entre os quais Jorge Campinos, Lopes Cardoso e Salgo Zenha) e o PCP e a extrema-esquerda foram fortemente atacados. Mas o que ficou para a história foi o encerramento feito por Mário Soares e, em especial, a passagem em que terá dito que o PS estava a procurar evitar uma confrontação com «os partidários da aventura» mas que «se o preço da liberdade for o combate, combateremos de armas na mão!». Não combateu. O PREC terminou daí a dois dias e ele ficou do lado dos vencedores. (*)
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A esta hora, 40 anos depois, um sucessor de Mário Soares na liderança do PS estará a redigir um documento que talvez lhe permita ser indigitado como primeiro-ministro, com apoio do Bloco de Esquerda e do PCP.
A vida não é monótona e a História anda e desanda.
(*) Notícia detalhada aqui, na primeira coluna.
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