29.1.16

Papa Marcelo II



«Tal como previsto, Marcelo Rebelo de Sousa vai ocupar o lugar, ainda, ocupado por Aníbal Cavaco Silva. Mal soube o resultado, Maria Cavaco foi esconder as terrinas de prata: "Ele nem tem primeira-dama. Isto fica para mim."

Na noite das eleições, quem ligasse a TV diria que nada mudou. Marcelo estava na televisão ao domingo, à noite, a fazer a sua homilia. O futuro PR podia ter feito o discurso de vitória na Casa de Bragança, fazia mais sentido do que na Universidade de Direito. Pior, só na Prevenção Rodoviária Portuguesa...

Ainda mal tinha aquecido o futuro lugar e já Marcelo estava a ver o seu estado de graça beliscado pela sua genica. O ex-comentador da TVI foi criticado por ter estacionado num lugar reservado a pessoas com mobilidade reduzida e por não ter usado o cinto de segurança. É fácil concluir que dos 150 mil euros gastos por Marcelo na campanha, 120 mil foram em multas de estacionamento. Vamos ter um PR que vai reunir com a EMEL todas as sextas.

Parece-me uma polémica exagerada, provavelmente Marcelo, com a pressa, pensou que aquilo, desenhado no sinal, era um trono. Mas damos graças a um deus qualquer por esta micropolémica só ter surgido a seguir às eleições, ou teríamos Cândido Ferreira a pôr em causa a validade da carta de condução de Marcelo. (...)

Penso que a relação entre Marcelo e Costa vai ser óptima até Passos Coelho desaparecer. Quando vier o novo PSD, se as sondagens valerem o risco, a amizade começa a azedar. Se nada acontecer, são dez anos disto. Em princípio, aguento. Depois do Aníbal, tenho uma couraça.»

João Quadros

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