15.4.16

O banco que tira o pecado do mundo



«António Costa (com o apoio do Presidente Marcelo) avançou com a proposta de criação de um veículo financeiro para albergar o crédito malparado da banca, um SPV (Special Purpose Vehicle).

Claro que o nome não pegou. Dar nome pomposo, ali entre o SUV e um todo-o-terreno, a um veículo que na realidade é uma carroça com estrume, já não resulta. Daí que todos lhe chamem o Banco Mau.

Na realidade – Banco Mau – é um pleonasmo e um eufemismo. É um banco que acumula figuras de estilo. Mas para poder haver algum sentido nisto, proponho a criação de um Banco Péssimo, porque maus são todos os outros. (…)

Não sei se o estimado leitor sente o mesmo que eu quando oiço falar em bancos maus para enfiar o lixo dos disparates dos bancos "bons". O que eu sinto é uma comichão onde não posso coçar. (…)

Bem vistas as coisas, chamar Banco Mau ao Banco Mau é talvez a maior injustiça que se pode fazer. É como chamar o Enviado Bera de Deus a Jesus Cristo. O Banco Mau vai percorrer a via sacra e ser crucificado para limpar de pecados os Bancos Bons. Para os salvar deles próprios. O nome apropriado era – o Banco Que Tira o Pecado Do Mundo.

Criar um banco mau para enfiar os erros dos bancos bons parece-me pôr mais uma rede debaixo de onde já havia várias redes. O trapezista fica cada vez mais confiante. Arrisca números de alto risco porque não corre riscos. Se não for o banco mau hão-de ser as pessoas boas a salvá-lo. De uma forma ou de outra, dele será o paraíso.» .

João Quadros

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