13.8.16

Embaraços na chamada União Europeia



«Estabelece-se esmerada confusão entre o propósito e o realmente tido como tal. O recente imbróglio, estabelecido na "União" Europeia, durante meses, a fim de apavorar Portugal e Espanha, resultou numa coisa pífia, afinal conducente a um resultado nulo. Mas preocupou populações durante meses. O próprio presidente da UE alimentou esse equívoco, especialmente provocado pela Alemanha. O mal-estar desenvolveu-se durante meses. E criou embaraços insistentes em países como Portugal. Entendeu-se que esta Alemanha deseja, antes de tudo, criar um nivelamento com duas nações a dirigir e o resto a ser dirigido.

Nada disto é vital, nada disto é normal e escapa ao equilíbrio estabelecido pelos ideais fundadores da União Europeia, que desejavam um equilíbrio de forças impeditivo de qualquer hegemonia. (…)

A União Europeia é tudo menos aquilo que a expressão pretende enunciar. Constituiu para nós, portugueses, uma ignomínia. As comissões dirigidas por Sócrates ou Passos Coelho, cuja subserviência em relação a Angela Merkel assumiram, tiveram sempre as características de total sujeição. E as coisas não vão melhorar. Alguns países não escondem a incomodidade em submeterem-se às injunções alemãs, ameaçando abandonar a União. Esta, devido a circunstâncias especiais, tem sido dirigida pela gestão de Direita, com os resultados conhecidos e uma crescente incomodidade da parte de alguns recalcitrantes.

Isto, para assinalar que as coisas não correm no melhor dos mundos. As grandes questões são constantemente ocultadas ou dissimuladas, e a recente saída do Reino Unido assinalou os abalos que a União atravessa. As coisas estão seriamente ameaçadas, e não se trata, apenas, da supremacia alemã, mas sim das próprias debilidades da construção do projecto. As coisas estão à vista, e nem os discursos apaziguadores dos dirigentes europeus conseguem neutralizar o mal-estar que se vive na Europa.»

1 comments:

Monteiro disse...

O drama da Alemanha é estar ocupada militarmente pelos americanos depois de terem corrido inteligentemente, diga-se em abono da verdade, com a presença militar russa pelo que toda a arrogância alemã não passa de fanfarronice do género: "ai se eu pudesse dava cabo destes gajos todos". Só que não pode porque militarmente perderam a guerra de 1939-1945 pelo que a reverência aos alemães por Sócrates ou Passos Coelho foi uma reverência errada, adoraram um ídolo, a senhora Merkel, com pés de barro. O pior é a filosofia política e económica dos americanos que cada vez se parece mais com a filosofia nazista embora Obama, na sua santa ignorância julgue o contrário, pensando que representa a liberdade quando tal liberdade está exclusivamente ao serviço dos capitalistas que querem tomar conta do Mundo e escravizarem os povos. O Reino Unido ainda não saiu da União Europeia e tudo o que acontece é também e apenas para amedrontar as hostes adversárias porque eles não tinham dinheiro para manter as suas bases militares na Alemanha, isto para não falar dos franceses que já fizeram as malas e abandonaram a Alemanha há muito tempo.