«A posição dos euroconfortados é portanto perigosa, porque quanto mais se acentua a divergência europeia como consequência desejada das suas regras discriminatórias, mais nos pedem que “aguentemos, aguentemos”, para lembrar um célebre dito de um banqueiro. O Tratado Orçamental existe precisamente para garantir que, no percurso até 2034, Portugal estará todos os anos sujeito a multas e reprimendas, se não cumprir as determinações orçamentais de vigilantes comissários europeus. A não sairmos desse colete de forças, os próximos vinte anos da nossa vida vão ser esta farândola de sanções, até haver o governo que transija e cumpra o receituário recessivo.
Augurar que a pressão da União Europeia virá a ser aliviada é proceder exactamente como aquela vítima da violência doméstica que nos assevera que o marido até é boa pessoa, porque hoje não lhe bateu.»
Francisco Louçã
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