7.12.16

Até que o vós me doa



Ricardo Araújo Pereira na Visão de hoje:

«Tenho saudades de uma pessoa. É a segunda pessoa do plural. Em Lisboa, como sabeis, fora do púlpito praticamente ninguém a usa. Se calhar, tem um sabor antigo – e vós desejais ser modernos. (…) A segunda pessoa do plural foi substituída por uma formulação meio esquisita. Em vez de “vós falais”, dizeis “vocês falam”, [o que] constitui uma mixórdia linguística. (…)

E, de caminho, tentemos também recuperar esta forma de imperativo que parece usar o presente do conjuntivo. Nos livros, ainda se diz: “Brindemos à saúde do Vítor”. Na vida real, no entanto, toda a gente diz: “Vamos brindar à saúde do Martim”, não só porque ninguém usa aquele imperativo, como porque já quase ninguém se chama Vítor.»

Na íntegra AQUI
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2 comments:

Unknown disse...

O RAP é obviamente um tipo do Sul. Se andasse pelo Norte do país e ouvisse as pessoas de lá ficaria a saber que uma grande parte do portugueses usa a 2ª pessoa do plural, apesar do efeito massificante (e também estupidificante) da televisão que difunde, quase em exclusivo, o que Vital Moreira chama lisboetês. No meu limitado entendimento da questão parece-me que o uso progressivo do "vocês" resultou de um certo "acriolamento" da língua e, sobretudo, da dificuldade da conjugação verbal do "vós" em frequentes situações.. NG

Unknown disse...

Também deveria ser dito ao RAP que um grande número de portugueses distingue claramente a fonética de "voz" com a de "vós" ao contrário do que está imp´lícito no seu trocadilho. Que que viaje pelo interior-norte do País a partir de Tancoso e poderá constatá-lo... NG.

(Eu aprecio o talento do RAP...)