Entrevistador: Olá, Diabo. Para começar, queríamos agradecer a sua disponibilidade para esta entrevista. (…)
Diabo: Eu é que agradeço a oportunidade que me dão de, finalmente, poder vir a público defender a minha honra. Uma coisa é dizer que eu personifico o Mal, outra é andar a fazer crer que eu nunca chego a horas. (…)
E: Portanto, acha que a sua honra foi posta em causa quando...
D: ... quando o vosso ex-PM disse que eu chegava em Setembro! Fiquei chocado. Até telefonei ao Doutor Marques Mendes, que é o meu advogado. Atenção, isto não é pessoal. Eu até aprecio algumas decisões que ele tomou enquanto PM. Era o tipo de coisas que eu faria. Até posso revelar que aquela ideia de ir além da troika deu origem a um Parque de Horrores no Inferno. Mas dizer que eu vou aparecer em Setembro, quando não combinámos nada, acho de profundo mau gosto.
E: Quer dizer que nunca pensou aparecer em Portugal em Setembro?
D: Nunca. Eu, em Setembro, estive o mês todo na Síria, tirando o último fim-de-semana, em que fui a uma reunião em Nova Iorque no Goldman Sachs. Em momento algum pensei aparecer em Portugal em Setembro. Nem faço planos para lá ir tão cedo. Eu não sou como Deus. Não sou omnipresente. Tenho um limite de milhas por ano. (…)
E: Quer dizer que os portugueses podem estar seguros de que o Diabo, tão cedo, não vai aparecer em Portugal?
D: Vocês já viram como está o mundo? Tenho o Brexit, a Le Pen nas eleições francesas, o Trump, nunca tive tanto trabalho. É a globalização. Para aí desde mil novecentos e trinta e tal que não tínhamos tantas encomendas.
E: Portanto, não adianta o nosso ex-PM insistir?
D: Acho muito complicado. Eu, em 2017, vou andar em "tournée" e única data disponível que tenho é o 13 de Maio, e o que me disseram é que nessa altura nem pensar porque têm os hotéis todos cheios por causa da visita do Papa. Eu não fico ofendido mas, no fundo, isto é não saber o que querem.»
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