31.1.18

Éticas, confiança e honra



Vou contar uma história. Um grande amigo anglo-indiano, com quem lidei muito durante três anos numa tarefa internacional, explicou-me que, na empresa onde trabalhava em Inglaterra (a mesma que era a minha em Portugal), era impensável que alguém fosse obrigado a anexar facturas às notas de despesas feitas em serviço (por exemplo em viagem), já que isso seria considerado uma falta de confiança no empregado, absolutamente inaceitável.

Mas existiam regularmente auditorias internas aleatórias e, aí sim, era pedido que fulano ou beltrano justificasse o que parecesse estranho. E se fosse «apanhado», o resultado não era pêra doce: tinha efeitos em promoções, aumentos ou não de salários, alteração eventual de responsabilidades nas funções atribuídas. E era «vergonha» garantida no meio.

Passaram mais de 20 anos, não sei se isto se mantém, mas nunca mais me esqueci da história. Assim é que devia ser: sem códigos de conduta para minudências, sem denúncias anónimas, sem a Justiça de um país a perder tempo com insignificâncias.
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