Não havia aparelhos de televisão nas casas «normais», nem sequer tinha nascido o transístor e sonhar com o iPod seria bem mais inimaginável do que ver a Sophia robô a pôr likes em posts do Facebook. Mas depois do relógio de pulso, um rádio privativo era prenda dourada na adolescência. E foi assim que este aparelho entrou no meu quarto e ficou durante anos numa daquelas mesas de cabeceira com tampo de mármore e uma portinha para o penico.
Fugia dos adultos logo que possível e ouvia-o horas a fio. De noticiários não me lembro, mas sei que havia muita música portuguesa, «Os Companheiros da Alegria» e nem sei mais exactamente o quê. Futebol não me interessava, mas o «paraíso» chegava com os relatos dos campeonatos de hóquei em patins, certamente porque Portugal ganhava muitas vezes (contra a Espanha, de preferência…). Emídio Pinto, Raio, Edgar, Jesus Correia e Correia dos Santos eram os meus Ronaldos.
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