Há 20 anos, houve quem quebrasse o "consenso" instalado no meio cultural português acerca da Expo'98. Vale a pena reler este artigo escrito em Abril de 1998 por João Martins Pereira, no Público.
A propósito, transcrevo para qui o que comentei no Facebook, onde nenhuma discussão é pacífica:
Eu era muito, muito jovem quando passei dias e dias na Expo de 1958 em Bruxelas. Foi, para mim, uma verdadeira revolução, acabada de chegar à Bélgica do Portugal de Salazar. Aprendi mais sobre o mundo do que pela leitura de muitos de livros, voltei sempre para Lovaina com quilos de prospectos, cartazes e livros de países de acesso longínquo ou proibido para nós. A televisão era paupérrima, não havia internet, conhecia-se muito mal o mundo, eu nunca tinha visto ou falado com um colombiano, um russo ou um tailandês. Maravilhei-me.
40 anos depois, esse mundo era outro (e eu também). Tudo o que me chegava sobre o que se passava na Expo era folclore, uma espécie de grande Feira do Artesanato.
Nada a ver contra Portugal, passei por Sevilha em 1992 e não entrei na Exposição lá do sítio e, em 2006, levaram-me a outra no Japão e não descansei enquanto não me vim embora: trivialidade e filas intermináveis para o que podia ter algum interesse (robôs que tocavam violino…).
O mundo muda depressa…
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