Quem tem medo da geringonça II? (Ricardo Paes Mamede)
«Mas não é só a direita que vive desconfortável com a ideia de uma geringonça II. Há vários sectores do PS que não lidam bem com os constrangimentos que as negociações à esquerda impõem, nem com a perspectiva de perpetuação da dependência face à esquerda para governar. Por sua vez, o Bloco de Esquerda vive pressionado entre, por um lado, a cultura antipoder predominante no seio da militância e da direcção e, por outro lado, a maioria do seu eleitorado que espera do BE uma maior predisposição para o compromisso. Para o PCP, prolongar o apoio a um governo que se impõe a si próprio o cumprimento das regras orçamentais europeias enfraquece um dos eixos fundamentais da sua identidade política contemporânea: a convicção sobre a impossibilidade de desenvolver Portugal sob o espartilho da UE.»
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