Não sei se ficou claro que o aumento de 100 euros do salário mínimo anunciado por Macron será suportado pelo Estado (ou seja pelos impostos dos franceses), mesmo para o sector privado, e não pelo patrões.
Segundo os comentadores, essa e outras medidas decididas farão disparar o déficit de França para além de 3%. Acontecesse isto em Portugal, por qualquer mui nobre motivo, e o presidente do Eurogrupo estaria aos tiros contra o nosso ministro das Finanças. Assim, Centeno-Eurogrupo meterá a viola no saco porque se trata da França, Centeno-MF lutará por déficit = 0% para Portugal.
E ainda há quem duvide do poder da rua!
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2 comments:
A Franca e a Alemanha tem uma governance sado-masoquista da U.Europeia, como explica há anos muito bem Emmanuel Todd. Os renanos precisam de somar excedentes na balanca de pagamento para mostrar as suas garras. Fogem às regras da solidariedade europeia minimas...E em troca a Franca vê-se perdoada pelos crónicos deficites orcamentais a ultrapassarem a barreira dos fatidicos 3 por cento. Quem fica sempre a ganhar é a Germania,claro...Os efeitos do mal säo dantescos e criam desindustrializacäo no Sul e
geraram populismo na Europa Central e Escandinávia que pode virar tudo de pantanas.
Macron é um francês genuíno e ele sabe muito bem do que o povo é capaz e tem presente Luís XVI e Maria Antonieta pelo que ele deve andar todo borrado e disposto a fazer cedência para acalmar a turba que não olha a meios, sabe-se lá até onde a turba pode ir. Ao eliminar impostos sobre os combustíveis ainda acirrou mais a República. Ofereceu sem nada em troca um aumento de 100 Euros, só que a turba que engloba todas as ideologias e gente de todas as idades já lhe apanhou o fraco. Não sei, não, o que mais poderá acontecer. Tudo acontece pela primeira em França, dizia Lénine, porque a França é o país por excelência da luta de classes. Mais do que um movimento reivindicativo parece ser um ajuste de contas com toda a miséria moral e material a que o povo tem sido sujeito nos últimos anos, sobretudo pelo vexame a que a língua francesa tem sido sujeita.
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