Morreu hoje e sucedem-se obituários, na sua maioria objectivos, mas com excepções jocosas ou nojentas de quem não é capaz de distância e de decência perante o desaparecimento de alguém que, à sua maneira, foi um grande lutador.
Cruzei-me com Arnaldo Matos durante o marcelismo na cidade universitária de Lisboa, quando eu dava aulas em Letras e ele aguerridamente imperava em Direito, do outro lado do relvado, com lutas épicas nomeadamente durante a greve de 1969.
Mas foi na revista «O Tempo e o Modo», na fase de sobreposição entre duas redacções, que conheci elementos do MRPP e que fiquei amiga de alguns até hoje. Mais tarde, a vida aproximou-me de muitos que lutaram nesse partido durante a ditadura, que dele foram saindo e que nunca largaram a esquerda, nem perderam uma marca aguerrida que muito aprecio. Há outros dos quais também reza a história, mas que não é a minha.
Regressando a «O Tempo e o Modo», tinha no meu baú quatro pequenos vídeos muito interessantes, divulgados em 2009, nos quais Arnaldo Matos fala de factos e ambientes do marcelismo e dos primeiros anos da democracia. Repesco-os hoje.
(Foram tirados de um DVD lançado pela Fundação Mário Soares, Centro Nacional de Cultura e Centro de História da Cultura da FCSH-UNL.)
3 comments:
Só um OPERÀRIO poderá escrever , este lindo texto sobre Arnaldo Matos, quero recordar que este mesmo operário trabalhou no Canada, e tem alguns erros ortográficos, que não vou retificar. Por favor:Façam um esforço e leiam. Obrigado "(…)
Jose Sousa
14 h
Estou ausente do meu pais neste momento.
Fiquei chocado e transturnado com o que acabo de ler, parei e meditei para ter a certeza que estava a ler certo.
Sempre te amei grande camarada, desde os tempos que comecei a ouvir falar de ti quando eu era socio da associacao de amizade de Portugal e mocambique nos anos de 1972.
Estou pelos cabelos longe de ti sem que te possa dar o ultimo aperto de peito.
Sabendo que o ptoletariado perdeu um dos seus mais proiminentes social cientistas e dirigentes, dizia eu, esta perca è profunda, nesta incruzilhada actual em que o nosso proletariado se encontra confuso sem que encontre uma certeza por onde deve iniciar a sua marcha.
Tu fostes um incansavel soldado combatente, tu ficaràs nos anais da historia, um dia as escolas irao te estudar e mencionar como um heroi combatente sem trevas, contra tudo e todos os miseraveis que tentaram e tentam vender a nossa propriedade e identidade nacional aos mais piores enimigos da justiça social.
Sempre sobestes manter o equilibrio entre as forcas da burguesia e o proletariado.
Fostes incansavel, indobravel e indomavel, fose ele por quem fosse .
A tua determinacao sempre foi a arma, que aterrorizava os mais despoticos enimigos da classe proletaria, eles no fundo, como representantes do mais demoniacos imperialismos, respeitavante como adeversario. Os nossos mais diabolicos enimigos Sabiam, que para interferirem contigo tinham que ter a certeza, que pisavam terra firme para que o seu tombo nao fosse fatal.
Obrigado Joana Lopes, pela recordação, que desconhecia.
Mas não desconhecia a natureza de Homem de ideias firmes, e sujeitas ao contraditório sem receios de nenhuma natureza, de Arnaldo Matos.
Cumprimentos.
Eu na altura na estava em condições de escrever o que me vinha na alma: Sim porque os comunistas além de muita coisa também tem alma.
Para os marxistas (verdadeiros comunistas)foi uma grande perda como devem calcular, para nós e para o Movimento Operário Internacional, apesar de muitos de vós não saberem o que o meu saudoso camarada estava organizar, o movimento operário sempre teve um carinho especial por Arnaldo Matos e ele igualmente. Vamos honrar a sua memória, fazer aquilo que aprendemos ao longo dos anos com ele. lutar por uma sociedade mais justa, sem exploração e opressão dos homens e das mulheres. Sabemos que não é fácil mas até morrermos devemos fazê-lo. Os operários e de mais trabalhadores, estudantes e reformados pobres sabem o bem que nunca mentimos. Obrigado uma vez mais pelo seu texto, o que nos da uma indicação que existem, democratas e patriotas neste País, que é o seu caso
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