12.7.19

Quotas? Atrasados, como é hábito


Estava-se no início de 1980, eu trabalhava em Portugal numa multinacional onde as mulheres em cargos de chefia se contavam pelos dedos e passei a ser uma delas. Se creio, sinceramente, que isso não foi devido a preocupação por cumprimento de quotas, esta já era então uma realidade. Poucos dias depois, encontrei num elevador quem tinha acabado de nomear uma outra mulher, dei-lhe os parabéns e a resposta irónica foi: «Se fosse negra, isso é que era!»

Lembrei-me disto ao ler Susana Peralta, no Público de hoje: 
«A expressão affirmative action apareceu no dia 6 de março de 1961 na famosa ordem número 10925, assinada por John Kennedy, que obrigava todas as empresas com contratos com o governo a tomar medidas para assegurar igualdade de tratamento no acesso ao emprego e nas condições de trabalho. As metas quantificáveis impostas pelo governo nasceram em 1969 no famoso Plano de Filadélfia. Na nossa república à beira mar plantada, o debate chega com 60 anos de atraso.»
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