Concordo plenamente com aquilo que Paulo Pedroso escreveu hoje no Facebook, em reacção a esta notícia:
«A resposta de António Costa sobre o dispositivo posto em marcha face à greve dos combustíveis sofre de dois erros de abordagem significativos, quando se fala de um primeiro-ministro de esquerda que comenta o seu dever de arbitragem entre direitos num conflito laboral.
O governo não ganhou 3-0 à greve porque, se quisermos ir pela analogia futebolística, era árbitro e não equipa no terreno. O seu papel era o de impedir que o direito à greve não colidisse com a satisfação de necessidades fundamentais e a sua alegria por tê-lo conseguido deveria ficar contida a ter sido um árbitro eficaz.
A escolha de um agradecimento aos militares pelo seu contributo na redução dos efeitos da greve para início de périplo aos que diminuíram os efeitos da greve, sendo provavelmente merecida, é também um erro de perspectiva para um Primeiro-Ministro de esquerda. Os primeiros a quem há que agradecer é aos trabalhadores que acataram os serviços mínimos - e parecem ter sido bastantes - senão a requisição civil não seria tão limitada e circunscrita.
Quando um Primeiro-Ministro agradece antes de mais e primeiro que a todos os outros aos militares o seu papel na limitação dos efeitos de uma greve, desculpem, mas a minha alma de esquerda fica dorida.»
Paulo Pedroso
E acrescento: António Costa tem inegáveis qualidades para ser PM, mas revela que nunca tem qualquer espécie de empatia para com o que lhe causa incómodo – neste caso, os trabalhadores.
.
1 comments:
...eu acho que o agradecimento de António Costa tem a ver com esta noticia: https://www.rtp.pt/noticias/pais/movimento-zero-agentes-da-psp-e-gnr-falam-em-alta-tensao_v1167147
Ele deve achar que o agradecimento acalmará os ânimos...(?)
Enviar um comentário