«O Okjokull, ou glaciar Ok, derreteu. Morreu. A Islândia fez ontem o primeiro funeral ao seu primeiro glaciar.
Em 1980, o gigante de gelo tinha 16 quilómetros quadrados de superfície. Em 2012, já só 0,7 quilómetros quadrados. Em 2014, deixou de ser classificado como glaciar. A morte adivinhava-se. E chegou.
Ontem, no local do Okjobull foi descerrada uma placa. Diz "415 ppm CO2", em referência ao nível recorde de concentração de dióxido de carbono (CO2) registado na atmosfera em maio passado.
Mas podia dizer outra coisa. Podia dizer "a humanidade destruiu-me". Como vai continuar a destruir outros glaciares. A destruir e a matar o planeta. Ou simplesmente dizer "nada está OK".
O tema das alterações climáticas entrou na agenda política. Em Portugal também. Quer se goste ou não, muito por influência do PAN. E a maioria dos partidos percebeu (tarde) que não são só os cães e os gatos que dão likes nas redes sociais. Por arrasto, as alterações climáticas, que todos sentimos na pele, ocuparam lugar nos discursos e nas intervenções políticas. Algumas vezes com hipocrisia. Atrás do voto, é certo. Mas melhor assim do que nada!
A morte lenta do glaciar Ok já era esperada. No seu lugar fica a mensagem para as gerações presentes e futuras. Sim, também precisamos de mensagens. De esperança.
Às portas da rentrée política vamos com toda a certeza escutar promessas, ideias e soluções. Da Esquerda à Direita. Dos novos partidos também. Promessas e garantias de combate ao aquecimento global, apostas nas políticas de economia verde, descontos nos veículos não poluentes, etc. Também já não é mau.
O tema pode dar votos, pode ser popular e viral. Pode ser tudo isso. Mas é sobretudo mais do que urgente. Já não basta consciencializar as pessoas acerca da crise climática.
É preciso agir. E já. OK?»
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