4.8.21

Da maldade

 


Nos primeiros tempos da pandemia, percorria o mundo uma esperança de que todos saíssemos dela «melhores», que ao drama inesperado se seguisse uma espécie de Plano Marshall de solidariedade, de um «novo normal» mais pacífico e solidário. Creio que já percebemos que não será o caso: as desigualdades já cresceram e crescerão ainda mais, deseja-se ardentemente voltar ao «velho normal» tão depressa e exageradamente quanto possível.

Na reduzida bolha que as redes sociais representam, tudo isso está a ter eco: cavaram-se trincheiras inimagináveis, a agressividade aumentou e de que maneira, muitas pessoas razoáveis tornaram-se mesmo «más», locais civilizados tornaram-se absolutamente agrestes.

Nem estou a distinguir esquerdas de direitas. Tenho amigos de direita com quem convivo bem porque acrescentam valor ao que defendem, mesmo que eu deles discorde, mas a grande maioria limita-se a partilhar memes e textos que nem analisa, é tudo meia bola e força e «aí vai». E, à esquerda, há vacas e bois sagrados em que não se pode brincar nem com um emoji, sem levar com um «Idiota!» nas trombas.

La nave va
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