«Eis a avenida pela qual Marcelo pode sair vitorioso destas eleições antecipadas. Com um Parlamento que tivesse quase a mesma composição do atual, seria o primeiro Presidente a não ver confirmada pelo povo a necessidade de lhe devolver a palavra, entregando-lhe de volta um novo quadro político. Mas aparecem cada vez mais vozes no PSD e no PS a defender uma outra interpretação de uma eventual repetição de resultados eleitorais, defendendo a tese da viabilização recíproca entre PS e PSD, que o próprio Marcelo inscreveu na fundamentação da necessidade de dissolução.
Falta saber se o autor da ideia de geringonça, António Costa, se converte agora à tese de bloco central implícito, que também já defendeu no passado, que viabilizou os governos de Guterres e que expressamente arredou na escolha por não viabilizar um governo do PSD e na busca de uma maioria à esquerda.
Pode, pois, o povo votar da mesma maneira em janeiro e acordar com um governo diferente. A única garantia de que isso não aconteceria seria a clarificação por António Costa de que entenderia a manutenção da relação de forças como um voto na solução de governo ancorado à esquerda. Uma garantia que António Costa não quis dar na entrevista a António José Teixeirana RTP. Uma questão que a campanha eleitoral esclarecerá.»
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