16.11.22

Na Escola Secundária Camões foi assim

 


Comunicado da ES Camões (14.Nov.22, na íntegra)

"Em 2008, quando este diretor e esta direção entraram em funções, definiram como princípios orientadores da sua ação uma escola verdadeiramente inclusiva, que garanta a igualdade de direitos de toda a comunidade escolar e que seja um espaço privilegiado de reflexão, pensamento crítico e democrático. O nosso trabalho, desde então, tem sido focado na qualidade do ensino e no ecletismo de uma vivência social consciente e em constante evolução. Para este fim, oferecemos os mais variados projetos de dança, música, desporto, teatro, cinema, ciência, leitura, história, entre muitos outros… proporcionamos e estimulamos o acesso a conferências, palestras, mesas-redondas, sessões de esclarecimento, debates e às mais variadas performances artísticas. Apoiamos (e participamos em) protestos (que vão desde a elaboração de pareceres à participação em marchas) pelas causas que tocam a comunidade escolar.

A semana que passou foi atípica em termos do normal funcionamento da escola. A direção viu-se confrontada com um número elevado de estudantes que aderiram ao movimento “Ocupa – Fim ao Fóssil”, na defesa de uma causa que a todos nós diz respeito. Congratulamo-nos que esta comunidade de estudantes tenha dado voz à sua e nossa causa e, de uma forma concertada, tenha feito chegar a sua voz a todo o país e, principalmente, a decisores políticos com responsabilidade direta sobre estes assuntos.

No entanto, não há direitos humanos, direitos universais, que se sobreponham uns aos outros e, como tal, não podemos permitir que seja vedado o acesso ao direito humano universal que é a educação. Por esta razão, após tomado o conhecimento do encerramento forçado da escola, reunimos com os alunos do movimento e, na presença de representantes da Associação de Pais e Encarregados de Educação e da Presidente do Conselho Geral, acordámos que este bloqueio acabaria às 24h00 de 14 de novembro.

Houve, ainda, o compromisso de a escola proporcionar à comunidade estudantil no seu todo, sem exceção, a possibilidade de acesso à informação necessária (através de projetos escolares, palestras, sessões de esclarecimento e mesas-redondas, por exemplo) para uma cada vez mais profunda tomada de consciência sobre esta causa que nos une, sempre num espírito de abertura e de diálogo democrático.

O espaço da escola é, e será sempre, a “casa” de todas as pessoas que nela estudam e que nela se formam, um lugar de liberdade de expressão, manifestação e afirmação.

Este comunicado foi elaborado e é subscrito pela direção, pela presidente do Conselho Geral e pela Associação de Pais e Encarregados de Educação da nossa escola."
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