«[O almirante Gouveia e Melo] esteve bem na defesa da disciplina, que, como afirmou, é a cola que garante a coesão das Forças Armadas. Mas falhou redondamente no outro mandamento: a reserva. A instituição militar não pode, nem deve, expor os seus problemas na praça pública e em tempo real. A discrição e a sobriedade são regras de ouro no exercício dos mais altos cargos da hierarquia militar. Ora, o chefe de Estado-Maior da Armada sabe bem que a reprimenda que deu à tripulação, do alto de um púlpito montado na coberta do navio, foi um ato intencionalmente público, que teria repercussão na comunicação social. Por isso, é legítima a suspeita de que o momento foi aproveitado para a sua promoção pessoal, no quadro duma mal disfarçada ambição política a caminho de Belém. Terceiro tiro no porta-aviões.»
.
0 comments:
Enviar um comentário