Tenho um pequeníssimo espólio de recordações da minha infância passada em Moçambique, mas a minha mãe nunca se desfez destas «Marchas Populares» – com letras e partituras – que, segundo sempre a ouvi repetir, tiveram um sucesso inesquecível na bela cidade das acácias vermelhas.
Em 1945, quando o mundo punha termo à Segunda Guerra, os portugueses de Lourenço Marques (os brancos, evidentemente) desfilavam pelas ruas em representação dos «seus» sete bairros (Alto Maé, Baixa, Carreira do Tiro, Malhangalene, Maxaquene, S. José de Lhanguene e Polana).
Mas, no cortejo, havia também «uma marcha sobre um motivo indígena». Trocado por miúdos, uma marcha de «pretos» e para «pretos», na língua nativa (shironga).
A Marca da Polana:
Ainda não se usava a expressão «luso-tropicalismo», mas já estava quase a chegar. E, com mais ou menos pincelada, veio para ficar.
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