«uma palavrinha muito pessoal sobre a JMJ e o (pouco) que acompanhei: compreendo as polémicas, tenho as minhas opiniões sobre elas, não interessam para o momento. O que me choca - perdoar-me-ão o cinismo - não é saber se houve milhões gastos assim ou assado, justos ou injustos ajustes diretos (sim, é uma cacafonia propositada) ou se a Jornada é essencialmente boa ou má. A minha aversão mais profunda é à idolatria irracional, à adulação mística, à taumaturgia, ver o papa, ver o papa, o papa sorriu, o papa acenou. Adular o papa e comentar cada frase do papa, como se as suas palavras (mais banais, repetidas e mornas ou mais interessantes) contivessem o segredo da juventude eterna, um mistério revelado, a chave da felicidade. Jornalistas submissos, rendidos, acríticos, babam, papagueiam elogios sonsos, não questionam, não reportam nada. Hoje o papa beijou um bebé e as televisões explodiram em êxtase com o "bebé abençoado pelo papa". Levar os filhos bebés para o papa abençoar, achando que, tocados pelo papa, abençoados pelo papa, viverão livres de perigo, não é fé, é idolatria pagã. Perdeu-se a noção do ridículo. Bergoglio é um homem, não é um deus, e impressiona-me a forma como o transformaram num bezerro de ouro.»
Paulo Pinto no Facebook.
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