«A esquerda portuguesa tem tido dificuldades em lidar com rua e com o quotidiano de todos. Ao invés de se envolver, de se instalar junto dos demais, parece que a rua espontânea e as gentes patrocinam alguma ameaça a quem a encabeça.
Esse comportamento é visível na relação que mantém, por exemplo, com o movimento climático ou com a diversidade, recorrendo a um certo tokenismo. Essa atitude é expressão da sua elite e perante as críticas correm a denominar-se aliados. Há coisas que a esquerda não pode fazer de bandeira para si própria, a interseccionalidade deve ser incorporada.
Nem tão pouco deve correr o risco de se fechar em si mesmo, criando fóruns que são mais do mesmo, sem nenhuma novidade integrativa e abrangente. Fóruns que apenas servem para promover os interlocutores de sempre a comentadores da praça ou empregados de instituições.
Já não há extremo na esquerda, nem tão pouco a dissidência necessária para mudar as vidas.»
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1 comments:
Quer mais extremo, este. Parece que há pouco por aí.
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