«Imaginemos 24 horas sem jornalistas em todo o mundo.
É um enredo para um livro distópico de terror.
Em 24 horas, todos estariam livres, humanos e máquinas, para produzir milhões de bytes de informação falsa ou até eventualmente verdadeira, mas não haveria ninguém para as distinguir. Nenhum órgão de comunicação social estaria em funcionamento para nos acalmar sobre as prováveis notícias loucas, alarmistas e falsas que circulariam.
E se não fossem 24 horas, mas uma semana de ausência total de jornalistas? Ou um mês? Ou um ano?
Nesse período, facilmente com notícias falsas indistinguíveis das verdadeiras, se escalariam ódios em relação a certas minorias, ou populações determinadas, e em relação a certas pessoas; poderiam circular notícias de tempestades iminentes na nossa cidade, notícias de assaltos numa certa zona da cidade; em suma, seria um caos total e uma desconfiança absoluta: o que será que está a acontecer? Ninguém saberia responder.
Poderíamos, então, fazer um livro de ficção com a premissa: e nesse dia acabaram os jornalistas em todo o mundo. E veríamos que esse livro de ficção descreveria a seguir um mundo em que ninguém saberia o que estava verdadeiramente a acontecer e que por isso seria gradualmente caótico, uma distopia que terminaria numa guerra civil generalizada. Porém, evidentemente, nunca saberíamos se essa guerra civil teria mesmo acontecido ou se seria apenas uma falsa informação.»
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