24.7.24

Os cinco na América

 


«Biden saiu de cena, Kamala Harris é a senhora que se segue. As primeiras sondagens dão Trump na frente, com uma vantagem de dois pontos. Não parece um mau resultado para a democrata. Descontada a margem de erro, estão empatados. E só passaram três dias. Ou seja, é possível que a vice-presidente chegue a novembro com dois ou três pontos de vantagem.

Sim, é possível que uma mulher negra some mais votos do que Trump. Um homem branco misógino, racista e narcisista. Mas também é provável que isso seja irrelevante. Não é presidente dos EUA quem tem mais votos nas urnas, mas quem tem mais votos no colégio eleitoral (formado por 538 grandes eleitores). E, nos tempos que correm, o sistema favorece os republicanos. Simplificando, há uma eleição em cada um dos 50 estados. O vencedor em cada estado recebe a totalidade dos seus grandes eleitores (na Califórnia são 55, no Arkansas são seis). Mas o historial das últimas eleições e as sondagens para a deste ano mostram que, com maior ou menor vantagem, está definido o partido vencedor em quase todos os estados.

Assim, a liderança do país mais poderoso do Mundo nos planos económico, tecnológico e militar joga-se em apenas cinco estados (os “swing states”): Arizona, Geórgia, Pensilvânia, Michigan e Wisconsin. E num punhado de votos.

Hillary Clinton conseguiu mais três milhões de votos do que Trump a nível nacional, em 2016. Mas perdeu por um total de 70 mil votos nos estados da Pensilvânia, Michigan e Wisconsin. Os correspondentes 46 grandes eleitores foram para o republicano, com o resultado que é conhecido.

Em 2020, Biden teve mais sete milhões de votos, mas a derrota de Trump ficou a dever-se aos 40 mil votos de vantagem do democrata nos estados do Arizona, Geórgia e Wisconsin (com os correspondentes 37 grandes eleitores). Quarenta mil votos de um total de 155 milhões depositados nas urnas por toda a América.»


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