23.11.24

Elon Musk, a nossa fantasmagoria

 


«A riqueza do homem mais rico do mundo cresceu 26 mil milhões de dólares – segundo as contas relatadas pelos jornais – no dia em que Trump foi eleito Presidente dos Estados Unidos. Não adianta saber a que quantia estes 26 mil milhões vieram juntar-se porque há um limite a partir do qual as nossas capacidades soçobram e caímos no abismo do irrepresentável. Elon Musk é um titã que desembarcou no nosso tempo para mostrar sem pudor o que é o capitalismo extremo e como o seu arquétipo está para além do humano.

Neste mundo sem deuses, ele apresenta-se e representa-se como uma encarnação pós-humana, um Prometeu sem grilhetas, essa figura da mitologia grega que rouba o fogo aos deuses porque tem uma vontade de poder ilimitada. A nossa imaginação é insuficiente para poder formalizar a grandeza da sua fortuna. Podemos pensá-la, mas ela ultrapassa todas as medidas da nossa experiência sensível. Musk veio exemplificar aquilo a que Kant designou como o sublime matemático: “O que é absolutamente grande, para além de toda a comparação.”»


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