«O Chega explora as chagas sociais que muitos anos de democracia não resolveram. É verdade que, à custa da corrupção de muitos políticos, muitos sentem que este país tem leis terríveis, impostos brutais, desigualdades inaceitáveis. Mas não há comparação entre o Portugal de Salazar e o de hoje. Se é certo que é preciso dar condições de vida a quem nasceu e vive cá, também é justíssimo que os que vêm de fora e nos ajudam em diversos planos do quotidiano sejam protegidos por um regime democrático que só pode fortalecer-se na mesclagem das culturas. (…)
Se a solução para a democracia é acreditar em salvadores da pátria, sejam eles novos generais, empresários do deus-dinheiro ou histéricos políticos especializados na mentira, onde errámos? Resposta: na educação. Resultado: não será difícil adivinhar o óbvio: em eleições livres todos votarão num Sebastião qualquer, até porque é mais fácil haver quem decida por nós.»
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