«Tenhamos esperança de que as próximas eleições na Alemanha, a realizar no dia 23 de Fevereiro, possam ser o início da resolução das crises políticas que, actualmente, assolam os dois principais eixos de desenvolvimento da União Europeia. A França e a Alemanha atravessam crises políticas a que se juntam disrupções financeiras preocupantes. A França com a sua dívida a atingir os 112% do PIB, e o pagamento de juros superior a 3% ultrapassando, pela primeira vez, a Grécia. E a Alemanha com a indefinição na sua indústria automóvel e o crescimento da economia nulo, colocando na União Europeia uma enorme pressão e preocupantes nuvens negras sobre o que vai acontecer à Europa em 2025. Os dois eixos motrizes do projecto europeu registam problemas a nível político e financeiro.
A tomada de posse de Donald Trump no dia 20 de Janeiro abre um capítulo desconhecido na história mundial. Se Trump cumprir o que prometeu na campanha eleitoral, os circuitos do comércio mundial poderão ficar abalados pela subida das taxas de juros e os habituais mercados de exportação dos países europeus sofrerão alterações resultantes do proteccionismo em que Donald Trump quer lançar os Estados Unidos.
Em termos de geopolítica mundial a guerra na Ucrânia, no Médio Oriente, e as recentes mudanças políticas verificadas na Síria podem significar o prenúncio de uma fractura na tão desejada paz mundial. A aliança política que, actualmente, se faz sentir entre a China e a Rússia é um facto nunca antes registado, que teve já como consequência a colocação de botas militares norte- coreanas em solo europeu. Paira sobre a Europa uma ameaça de guerra a que não são indiferentes (estão mesmo a preparar-se) países como a Polónia, a Suécia, a Finlândia, e os Bálticos, para os quais a proximidade geográfica da fronteira russa é preocupante.
O isolacionismo alarve que Trump quer imprimir aos Estados Unidos coloca a necessidade da Europa ter de se precaver para a possibilidade de um conflito bélico no seu espaço territorial e para o qual terá de contar, apenas, com as suas próprias forças.
Assim sendo, os países da União Europeia vão ter de aumentar a percentagem dos seus PIB’s nas despesas de armamento. A Europa terá de desenvolver a sua indústria de defesa, como meio de dissuasão para a eventualidade de continuarem os ímpetos expansionistas de Moscovo.
Em 2025 será o momento em que a Europa terá de começar a olhar para ela própria e decidir o que é essencial para as pessoas que habitam no seu espaço. Tem desafios graves para enfrentar.
A questão demográfica, a inovação e modernização da sua economia, o problema migratório. É inconcebível que ao longo dos anos a União Europeia não tenha conseguido regular os fluxos migratórios de acordo com as necessidades da economia dos países que a compõem. Sim, os fluxos migratórios têm de ser racionalizados para bem dos imigrantes que entram, dando-lhes boas condições sociais, mas também como uma necessidade para que nos países europeus não se registem problemas de segurança ao nível do que já se verifica em França.
Este é mais um dos momentos históricos em que o contexto da União Europeia vive ameaças existenciais. Para as superar a Europa terá de se centrar no esssencial. Focar-se, portanto, no crescimento económico, proteger o que de bom criou até agora, como o Estado Social, as liberdades de reunião e associação, a assistência aos mais desvalidos, a protecção na saúde e na velhice. Resolver os seus problemas de dependência energética.
Desenvolver a indústria do armamento não para fazer a guerra, mas para prevenir a paz. Emancipar-se do protectorado que os Estados Unidos têm sido até ao momento.
É necessário um novo paradigma europeu, que recuse a burocracia, os atavismos e as obsoletas agendas políticas, as excessivas preocupações de regulação por tudo e por nada. É preciso que a União Europeia crie uma nova energia, no sentido prático do desenvolvimento e do bem estar das populações dos países que a compõem.
Em 2025 os tempos vão ser diferentes. Não necessariamente para pior. Mas, seguramentente, muito desafiantes. Por isso, caros leitores, segurem-se!»
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