«A cena de Montenegro a falar da “fé que tem um lado misterioso”, chamando as televisões no dia seguinte para filmarem o encontro com a mulher em peregrinação a Fátima, foi uma tentativa de colocar na montra das transcendências a coincidência de estar perto do santuário quando o novo Papa foi eleito. Era suposto haver quem visse nessa acção de campanha um sinal divino? Estaria Deus a antecipar-se a Marcelo, preocupado com as condições de governabilidade em Portugal, e quisesse dar uma ajudinha concedendo maior dimensão à vitória esperada? Quer-me parecer que se Deus se metesse nestas coisas era bem capaz de penalizar a máquina laranja por excesso de voluntarismo, ou não fosse a invocação indevida do nome de Deus uma proibição em forma de segundo mandamento. (…)
Não nos iludamos, no entanto, é por uma fezada, ou várias, que vamos a votos no próximo domingo. A fezada de Luis Montenegro de que a vitimização o pode aproximar da maioria absoluta; a fezada de Pedro Nuno Santos de que a indignação dos portugueses com a falta de transparência de Montenegro será tão grande que vai dar-lhe a vitória; a fezada do Chega de que vai crescer sempre que houver eleições legislativas... e as outras fezadas dos outros partidos.»
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