13.9.07

Lido e sublinhado (13/9)

Helena Matos no Público de hoje:
«Mas, afinal, o que é uma loja chinesa? Uma loja cujos funcionários têm traços asiáticos? Acreditava eu que desde que desapareceu o preto da Casa Africana que os funcionários não são o espelho étnico da casa. Ou será uma loja chinesa um local onde se vendem produtos feitos na China? Nesse caso muitas das lojas da Baixa, da Alta e de todo o país terão de ser deslocadas para a Chinatown almejada por Maria José Nogueira Pinto.» [sem link]


Pedo Sales em 0 de Conduta:
«De há duas semanas a esta parte, tudo o que é ministro e secretário de Estado anda a calcorrear o país, qual funcionário do Círculo de Leitores, a distribuir computadores. A boa nova tem até uma vantagem. Cabe dentro de um bonito saco de papel e pode ser entregue em mão. Mais uma vez, a fé na crença tolhe a visão e não deixa perceber que continua a faltar o resto. A começar por uma população com competências para o usar, num país em que mais de 36% dos jovens não chega ao 10.º ano. O computador é uma ferramenta que, por si, nada resolve. Alguém devia explicar isso ao engenheiro Sócrates, mas temo que ele esteja demasiado ocupado a tornar o país num imenso Media Market.» [mais]


Jerónimo de Sousa citado por Portugal Diário, a propósito da visita do Dalai Lama:
«As instituições devem respeitar, no quadro do direito internacional, as relações diplomáticas com outros países e, nesse sentido, não se pode ter relações económicas, políticas e diplomáticas com certos países e depois procurar contrariar essa perspectiva justa do prestígio das instituições com uma visita de circunstância». [mais]



3 comments:

F. Penim Redondo disse...

A Helena Matos é bem mais inteligente do que as perguntas, capciosas, que formula.

Até me parece estranho que logo ela, neste caso, ceda ao "politicamente correcto".

Como ela certamente calcula o que a "Zézinha" queria dizer era: lojas foleiras, bri-a-brac de plastico, etc e tal. Por acaso os chineses têm abundado nessa modalidade.

Não tem nada a ver com os bicos dos olhos, acho eu. Levar a coisa para o lado do racismo parece-me idiota.

Não creio que a ideia se aplicasse a uma loja de objectos de arte em jade, por exemplo, fosse qual fosse a cor da pele e o formato dos olhos dos empregados.

Joana Lopes disse...

Claro que era nisso que MJNP pensava. Mas não se pode impedir foleirice por proibições. E há tanto comércio foleiro na Baixa - foleiro e moribundo.
Aqui sou mesmo liberal: não é expulsando chineses ou fechando hipermercados ao domingo que se resolvem problemas.

F. Penim Redondo disse...

Tens razão, os problemas da baixa são muito anteriores aos chineses mas até podem ser apelidados de "chinesices".
Por exemplo as leis do arrendamento que impedem a actualização das rendas permitiram, a expensas dos senhorios, que sobrevivessem lojas inacreditáveis na zona mais nobre da cidade.
E neste caso nem sequer existe o alibi do "direito à habitação".