Que este ano se celebram vários quadragésimos aniversários, já demos por isso e de que maneira. Agora que alguém se lembre de festejar o da famigerada encíclica Humanae Vitae (ela também de 1968) que condenou todos os meios contraceptivos, isso é que só pode lembrar ao diabo, infiltrado algures no Vaticano, ao que parece na Pontifícia Universidade Lateranense (*).
Em vez de a deixar discretamente em vigor mas sem alaridos, Ratzinger vem reavivar feridas e insurgir-se agora contra a gestação artificial, «técnica mecânica» que não pode substituir o acto de amor que «o esposo e a esposa partilham como sinal de um mistério maior», nem «invalidar a qualidade do amor e da sacralidade da vida».
Pior: diz que é necessário defender «a dignidade da pessoa» quando «o exercício da sexualidade se transforma numa droga que quer subjugar o casal aos seus próprios desejos e interesses, sem respeitar os tempos da pessoa amada». Leram bem: droga. Não se sabe se leve se dura, se cria dependência ou apenas alucinações.
Em 2008 como há quarenta anos, o reino do mais primário obscurantismo e da mais obsoleta intolerância. Até que cada vez mais católicos se fartem de ser humilhados e as igrejas se transformem todas, a pouco e pouco, em excelentes museus e belíssimas bibliotecas.
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(*) Notícia um pouco por todo o lado, por exemplo aqui.
Em vez de a deixar discretamente em vigor mas sem alaridos, Ratzinger vem reavivar feridas e insurgir-se agora contra a gestação artificial, «técnica mecânica» que não pode substituir o acto de amor que «o esposo e a esposa partilham como sinal de um mistério maior», nem «invalidar a qualidade do amor e da sacralidade da vida».
Pior: diz que é necessário defender «a dignidade da pessoa» quando «o exercício da sexualidade se transforma numa droga que quer subjugar o casal aos seus próprios desejos e interesses, sem respeitar os tempos da pessoa amada». Leram bem: droga. Não se sabe se leve se dura, se cria dependência ou apenas alucinações.
Em 2008 como há quarenta anos, o reino do mais primário obscurantismo e da mais obsoleta intolerância. Até que cada vez mais católicos se fartem de ser humilhados e as igrejas se transformem todas, a pouco e pouco, em excelentes museus e belíssimas bibliotecas.
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(*) Notícia um pouco por todo o lado, por exemplo aqui.
4 comments:
Permito-me citar Torga, algures entre as folhas do seu "Diário":
"Para ir para o Céu em tais companhias , mais vale a gente perder-se !"
MFerrer
Percamo-nos, então...
droga, loucura, morte vertido para
droga, loucura, sexo
Um gãozino de loucura daria jeito.
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