A propósito do 30º aniversário da lei italiana sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez, Roma não desarma. O Osservatore Romano de hoje traz, entre outras, estas lapidares e extraordinárias afirmações:
«Os progressos médicos dos últimos trinta anos, sobretudo no que diz respeito à possibilidade de serem identificadas doenças ou malformações no feto, mudaram profundamente a aplicação da lei 194, tendo como resultado a transformação do aborto terapêutico numa praça de selecção eugenética.»
E ainda:
«A liberalização do aborto está historicamente ligada à instauração de dois sistemas totalitários nefastos: primeiro o soviético, depois o nazi.»
E eu acrescento:
Algumas das posições mais obscurantistas e mais nefastas sobre questões fulcrais para a humanidade, na segunda metade da século xx e neste início do xxi, ficarão para sempre historicamente ligadas à santa madre igreja católica.
5 comments:
Alguns dos maiores dramas da Histórida da Humanidade, guerras, purgas, assassinatos em massa, estão relacionados com o cristianismo em geral, e com a Igreja de Roma em particular.
Joana, o que eu gostava que um dia se pudesse olhar para o cristianismo ( crostianismo, de Cristo), sem o confundir com a Igreja de Roma
Não é confundir, mas Roma existe.
Eu sei que isto é uma questão eterna que tenho discutido, tentado discutir, com muita gente: ou se reduz a condição de cristão a um plano puramente individual e intimista ou, se se tem em conta a dimensão comunitária do dito cristianismo - que para mim é absolutamente indissociável da primeira -, não se pode meter a cabeça na areia e tentar esquecer o Vaticano, o papa, os bispos etc. Porque, parafraseando outros, «eles também são Igreja». E mandam nela, por direito próprio, representam-na, para o bem e para o mal, são o seu cartão de visita.
Por mais que tentem convencer-me do contrário, não entendo que tenha sentido um «cristianismo de Cristo» sem a Igreja real dos homens.
Algumas das posições mais obscurantistas e mais nefastas sobre questões fulcrais para a humanidade, na segunda metade da século xx e neste início do xxi, ficarão para sempre historicamente ligadas à santa madre igreja católica.
subscrevo. só não concordo com a datação no tempo. não esqueçamos as perseguições e a santa inquisição.
Pois, mas já nem fui tão longe, Alex...
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