17.1.09

Já ganhei a noite

PS sem maioria absoluta.
BE como 3ª força, à frente de CDU e CDS.

Declaração de interesses: não sou do PS nem do BE (muito menos do PSD...).

12 comments:

Sibila Publicações disse...

Não é do PS nem do BE?... então é o quê?

É só para saber porquê ganhou a noite.

Joana Lopes disse...

Nada, G_L.
Sou eleitora do BE há uns anos.
E detesto maiorias absolutas!

Sibila Publicações disse...

"E detesto maiorias absolutas!"

Hum, ok. Já que perguntei, digo, voto PS há anos.

Mas defendo as maiorias. Podem ser até de outro partido , mas maiorias. Vi como é sem maioria, maioria relativa e coligação e confesso, quero esquecer. Foi traumatizante, para mim.

Joana Lopes disse...

PS? Tchhhhhh!

Prevejo conversas animadas noutras paragens. Tenho de arranjar reforços.

Anónimo disse...

Olá Joana.
Ainda bem que "ganhaste" a noite.
Vai gozando, porque se alguma vez o querido "bloquinho" chegar a governo...a festa acabou.
Diz-me tb, qual o partido que gosta de ganhar eleições com maioria relativa?
Beijos
anav.

Joana Lopes disse...

Ora ainda bem que reapareces!

Mas:
1-Quem te disse que eu votaria BE se pensasse que ele podia ganhar as eleições?

2-Estou contigo: o PS tem toda a razão para querer maioria absoluta.

Bjs
Joana

Anónimo disse...

Mas ó Joana as eleições são para eleger. Eu quando voto, voto para que ganhe a minha opção. Não me passa pela cabeça, "queimar" o meu direito de voto com algo que no fundo eu espero que perca.
Ainda bem que não queres que o BE ganhe!
Estamos as duas de acordo! A tua forma de lá chegar é que é um pouco tortuosa, não achas?
Bjs ana v.

Joana Lopes disse...

Ana,

Ao votar no BE, estou a contribuir para que existam deputados do BE na AR, se possível mais do que os que existem hoje. Tortuoso porquê?

Anónimo disse...

Eu estou como a Joana. Não gosto de maiorias absolutas. Gosto,sim, de minorias que até podem não ser absolutas.
O que me incomoda, hoje, no Bloco, é o risco de vir a comungar no exercício do poder. O Bloco, de resto, receia que, com tal participação, uma parte do seu eleitorado se evapore. E que, de bloco, passe a ser uns quantos fragmentos. Mas vou duvidando. E também irei votando BE.
Chegarão os deputados do PC para, acrescentados à minoria, fazerem uma maioria governamental? O PC também nega essa possibilidade de participação. Mas há muitas maneiras de esfolar gatos. Mais ainda do que as de engolir elefantes.
Como a Joana diz, o PS quer uma maioria absoluta e faz, com isso, o que lhe é exigível. Se pensar, de forma mais ou menos tecnocrática, na gestão das diversas crises que vamos e começamos a viver, admito que a maioria “mãos livres” fosse mais eficaz nas respostas casuísticas. Mas será desejável essa eficácia na preservação/correcção do sistema no que lhe é essencial ? Um sistema que está aí à vista na plenitude da sua “miséria”.
Prefiro que se vá mais longe e mais fundo do ir a votos com as posteriores contagens de cabeças.
Maioria absoluta de deputados, poder absoluto dos poderosos.

Anónimo disse...

Que é isso de tortuoso? O voto de cada um é o seu voto (que "lapaliçada"...) e o que cada um pretende significar com ele, embora possa não ser entendível pelos restantes votantes. É por isso que o que mais abomino é o discurso do "voto útil".

E também detesto as coligações de partidos antes das urnas. Eu também tenho sido votante do BE, embora não tenha assinatura de fidelidade. Mas recordo-me que numas recentes eleições para a CML o BE se coligou com o PS e com o PCP. Mas eu não queria lá o PS. Achei que me estavam a pressionar com um "voto útil camuflado". E não gostei mesmo nada! Acho que os partidos mão podem defraudar quem os apoia efectuando alianças que acabam por desvirtuar os seus programas e, por vezes até, a sua ideologia.

E já agora: quando é que o PCP acaba com a farsa da melancia?...

Héliocoptero disse...

Deixo uma quantas notas sobre o assunto.

1. A Ana perguntou qual o é partido que gosta de ganhar eleições com maioria relativa. A resposta é simples: nenhum! E é por isso que é importante que nenhum a tenha absoluta. O poder exercido como se gosta é aquele que não tem travão e perde a razão, coisa que a realidade comprova. Nas palavras do José aqui na caixa de comentários, "maioria absoluta de deputados, poder absoluto dos poderosos." Ora, parafraseando Montesquieu, o "pai" do sistema tripartido (legislativo, executivo e judicial), a liberdade existe quando o poder está habilitado a parar o poder, o que se traduz num sistema de pesos e de contra-pesos. É em sabermos viver com isso que está a maturidade democrática, não no autoritarismo rotativo de maiorias com carta branca.

2. A Ana também disse que as eleições são para eleger. Correcto! Mas num sistema parlamentar, elege-se o parlamento e não o governo. Por alguma coisa as eleições legislativas têm o nome que têm: destinam-se a eleger os membros do orgão legislativo, que é a Assembleia da República. É de uma maioria de deputados que depois sai um governo de um ou mais partidos, o que quer dizer que, no nosso sistema, um partido já ganha quando consegue aumentar o seu número de deputados. Pode não ter suficiente para chegar ao governo, mas ganha mais peso e pode até condicionar o exercício do poder.

3. Por fim, o Jorge acha que os partidos não podem efectuar alianças que defraudem os seus programas. Até certo ponto tem razão, mas um regime demorático maduro também passa por acordos em que as parte envolvidas têm que prescindir de parte das suas propostas. É uma consequência do sistema de pesos e contra-pesos: a oposição entre as partes exige que se consiga um acordo algures no meio, o que implica uma negociação ao género de «eu perco A, mas ganho B; tu perdes X, mas ganhas Y». Coligações são isso mesmo: acordos. E acordos são compromissos em que ambas as partes ganham e perdem. A nossa dificuldade em perceber isto explica a nossa incapacidade em projectos governativos de longo prazo, porque muda o governo e voltamos à estaca zero, sem acordos ou compromissos entre forças políticas.

Anónimo disse...

Helicóptero: não gosto, como disse, de coligações efectuadas ANTES deas eleições. Cada formação política deve sugeitar-se a veredicto eleitoral - para o bem e para o mal - com a sua real capacidade. Aceito, embora com reservas, que se possam efectuar pactos de colaboração pós-eleitoral.

De qualquer modo, em qualquer convergência política e como comentei noutro blogue ("In-coerências", em 6/12/2008), sendo mais fácil encontrar o "máximo divisor comum" do que o "menor múltiplo comum", acaba por se ter uma convergência com bases (e respectivos efeitos) muito reduzidas.