Quando Don Tapscott esteve em Portugal, há cerca de dois meses, percebi que se tratava de um ilustre desconhecido para a esmagadora maioria de jornalistas e bloggers. Chamei então a atenção para as suas principais obras e para um entrevista que deu a Jorge Nascimento Rodrigues, em 2008. Trata-se de alguém que sabe do que está a falar.
Volta agora às primeiras páginas porque, com base no seu entusiasmo pelo uso do Magalhães e suas consequências, aconselhou Obama a olhar para Portugal:
«Yet Portugal is on a campaign to reinvent learning for the 21st century. The technology is only one part of that campaign. The real work is creating a new model of learning. I believe this could help the U.S. revive students’ interest in school and perhaps keep them in school long enough to graduate, and even go to college. (...) Yet after seeing the promise of the exciting classrooms in Portugal, I’m convinced it is worth it. Your child should be so fortunate.»
Algum exagero, conceda-se, porque bom seria que Portugal estivesse, de facto, a «reinventar o ensino para o século XXI»… Dito isto, as observações de Don Tapscott estão longe de ser disparatadas, já que, no meu entender e apesar de todos os defeitos, erros e limitações, esta iniciativa ficará para sempre assinalada como o que de melhor se fez durante o governo de José Sócrates. (De sublinhar que vários portugueses deixaram já comentários ao texto de Don Tapscott, a favor ou contra - mesmo quem, habitualmente, nunca deixa rasto nos nossos modestos blogues lusitanos…)
P.S. - Entretanto, acabo de ler que um grupo de professores está a testar um software que permite «controlar o que cada aluno está a fazer no seu Magalhães», já que «Se cada criança tiver um Magalhães na sala de aula, são 20 computadores que ali estão de costas para o professor, sem ele saber o que é que os alunos estão a fazer». Acredito que o dito software seja muito útil, mas há, em todo este texto, uma preocupante ânsia de controle.
1 comments:
Joana
Li esse artigo e até o destaquei, há uns dias o que me chamou mais a atenção foi um dos males dos portugueses (se é que isso dos portugueses existe) a desconfiança e a falta de orgulho em relação ao que cá se faz. Vem um estrangeiro dizer bem de uma coisa nossa e desata logo um coro de portugueses no bota abaixo.
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