13.7.09

Não se chame português quem cristão de fé não for

















César das Neves diz hoje, no DN, que «a Igreja Católica, pela primeira vez desde o 25 de Abril, enfrenta uma oposição séria e profunda do poder político» porque «um dos grandes partidos nacionais apresenta no seu programa uma medida claramente oposta à doutrina da Igreja Católica» - a eliminação das barreiras para a realização de casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

O que César das Neves sabe muito bem – mas finge o contrário – é que quem governa Portugal não se rege, nem tem de se reger, pela doutrina social da Igreja e, também, que nenhum homossexual ortodoxamente católico será obrigado a casar-se ou a deixar de o fazer, se a nova lei vier a ser aprovada.

No fundo, embora não ouse dizê-lo, ele movimentar-se-ia certamente muito bem nos tempos em que a tal doutrina social da Igreja era apregoada aos quatro ventos (e «respeitada», pois claro…), mas em que os homossexuais eram vítimas de perseguições de toda a espécie com a cumplicidade, explícita ou tácita, da hierarquia da Igreja (*).

Cereja em cima do bolo, termina lembrando que «depois do Verão a implicação será para os eleitores católicos na decisão do voto». Era aí que ele queria chegar e a drª Manuela Ferreira Leite agradece….

(*) Na Pública de ontem, três excelentes artigos de São José Almeida relacionados com este assunto e que podem ser lidos aqui.

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