Pois, como previsto, cheguei hoje a Paris – eu mas não a mala. Essa terá ficado em Lisboa ou estará agora a rodar, num distribuidor de bagagens, em Kinshasa ou em Kuala Lumpur. Talvez chegue amanhã – ou talvez não. Seja como for, a probabilidade de tal me acontecer era grande e antes em Paris do que no Cambodja. E não será isto que me estragará a semana e até já estou a achar graça à perspectiva de uma estadia minimalista. A horas tardias, ainda comprei por aqui uma T-shirt numa loja para turistas – e, embora com dificuldade, consegui evitar a Torre Eiffel em lantejoulas prateadas.
O Quartier Latin está absolutamente magnífico, gente e música por todo o lado - uma festa! E eu estou no mesmo hotel de quase sempre, a um passo do Boulevard Saint-Michel, a poucos mais do Sena. Fiquei aqui pela primeira vez há mais de quarenta anos. Éramos sete ou oito, viemos de Lisboa em dois carros velhíssimos e gélidos. Juntaram-se a nós amigos expatriados vindos de Lovaina e de Roma e assim passámos a noite de fim de ano (julgo que de 1965), num quarto deste hotel – hoje totalmente renovado ou já teria ruído. Com champagne e com passas, mas pondo em dia conversas, fazendo listas dos filmes a não perder, dos livros a comprar – como sempre. Foi também aqui que vivi o rescaldo do Maio de 68 e mais umas tantas coisas.
Ao virar da esquina, já não existe na Rue Saint-Séverin a mítica livraria «La Joie de Lire», de François Maspero, que acabou por falir, tantas foram as gerações que de lá foram «retirando» alimento intelectual sem pagar. Nem percebi o que ocupa o seu lugar, mas estas pequenas ruas, entre o Saint-Michel e o Saint-Germain, estão agora cheias de restaurantes e de esplanadas – porta sim, porta sim.
Vim sem programa, vou andar por aí e passarei certamente por aqui.
O Quartier Latin está absolutamente magnífico, gente e música por todo o lado - uma festa! E eu estou no mesmo hotel de quase sempre, a um passo do Boulevard Saint-Michel, a poucos mais do Sena. Fiquei aqui pela primeira vez há mais de quarenta anos. Éramos sete ou oito, viemos de Lisboa em dois carros velhíssimos e gélidos. Juntaram-se a nós amigos expatriados vindos de Lovaina e de Roma e assim passámos a noite de fim de ano (julgo que de 1965), num quarto deste hotel – hoje totalmente renovado ou já teria ruído. Com champagne e com passas, mas pondo em dia conversas, fazendo listas dos filmes a não perder, dos livros a comprar – como sempre. Foi também aqui que vivi o rescaldo do Maio de 68 e mais umas tantas coisas.
Ao virar da esquina, já não existe na Rue Saint-Séverin a mítica livraria «La Joie de Lire», de François Maspero, que acabou por falir, tantas foram as gerações que de lá foram «retirando» alimento intelectual sem pagar. Nem percebi o que ocupa o seu lugar, mas estas pequenas ruas, entre o Saint-Michel e o Saint-Germain, estão agora cheias de restaurantes e de esplanadas – porta sim, porta sim.
Vim sem programa, vou andar por aí e passarei certamente por aqui.
6 comments:
Ah Paris, sem programa e pejadinha de recordações. A bem dizer, com uma bagagem como a da Joana, o que é uma mera e simples mala? :-) Fora de brincadeira, espero que a mala apareça, e que, com ela ou sem ela, flane o mais que possa: a malta, invejosa, vai passando pelo brumas à cata de instantâneos. D'accord?
Muito obrigada, Io. Abraço
Il faut flanner beaucoup à Paris, il faut faire ce qu'il faut, mesmo sem mala. Pensava que só acontecia ao Primeiro, era? Boa estadia, Joana
Oh! Paris!
Vivi, convivi e morei no incr´vel Quartier Latin durante 14 anos, "graças" á ditadura salazarenta. Foi aí que aprendi que pela liberdade e pela democracia, coisa que em Portugal não existiam, é bonito estarmos "emgagés".
Tchim! Tchim!
José Casimiro
Obrigada, José Casimiro. Há tanto tempo que não dizia nada! Mande-me o seu mail para o meu email(está ali na coluna da direita) - se quiser, claro. Gostava de trocar umas impressões consigo.
Pois é o que tenho feito, Cristina... Obrigada.
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