Não podia estar mais de acordo com a crónica de Vasco Pulido Valente no Público de hoje. À medida que os dias vão passando, e que vou vendo a agressividade com que se desenterram todos os argumentos contra os perigos de ingovernabilidade, julgo que vale a pena parar e ver os lados positivos do panorama que teremos, mais do que provavelmente, dentro de duas semanas.
«Vamos ter, portanto, se as sondagens não erram, uma certa agitação política: uma perspectiva que perturba a mente ordeira de alguns portugueses.
Mas será essa agitação em si própria má? Não me parece. Em primeiro lugar, porque um parlamento dividido, de que o governo dependerá, readquire alguma da dignidade que perdeu desde 1989. Em segundo lugar, porque um Parlamento dividido é um Parlamento vigilante, que tenderá a expor (e a punir) qualquer abuso, favorecimento ou fraude, que venha de cima. Em terceiro lugar, porque Portugal precisa de hábitos de negociação e compromisso, que, como já se viu, a maioria absoluta dispensa ou militantemente rejeita. E, por fim, em quarto lugar, porque o cidadão comum, com a incerteza, talvez se comece a interessar pela vida pública. Isto, para mim, basta.»
Só mais uma coisa e pela quinquagésima vez: nada leva a crer que o mundo vá acabar na madrugada de 28 de Setembro…
4 comments:
Também estou de acordo. Cada vez mais de acordo.
Pedro Correia
Não fico admirada.
é apenas bom senso não é?
E, para além do mais, recusa de masoquismo.
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