15.4.10

O melhor conselho que recebi nos últimos tempos


«Não sejam tudo, em directo, a todo o tempo, com todas a pessoas. Não presumam que estão autorizados a ser, sempre, absolutamente sinceros. A transparência, vício dos impolutos, está a dois ténues passos do asselvajamento e nem todos conseguem abster-se de transpor a perigosa linha. Os amigos dos nossos amigos não serão, por osmose, nossos amigos e as relações relativamente próximas não são necessariamente íntimas. Por isso, façam o favor de fingir, engolir em seco para não ofender, mentir, se preciso for, em vez de dar largas à vossa indefectível verdade.»
...

3 comments:

António disse...

Joana,
mesmo tarde, não queria passar sem deixar aqui dito que isto é ver o Mundo da pior maneira. Está bem que, devido à idade, já vimos tanta coisa que estamos causticados. Mas fazer a apologia da absoluta falta de autenticidade é tirar-nos alguma da razão para ainda acreditarmos nas pessoas.
Não acha tão negativas as palavras da Laura? Ou estará lá alguma coisa de subentendido que não consigo ler?

Joana Lopes disse...

António,
A parte do texto a que fui muito sensível foi esta:
«...as relações relativamente próximas não são necessariamente íntimas. Por isso, façam o favor de fingir, engolir em seco...», porque peco pelo extremo oposto e já me tenho arrependido muitas vezes. Só isso...

António Marquês disse...

Infelizmente, dou-lhe razão. As nossas ingenuidades dos 18 anos já levaram tanta patada que nos armámos, mesmo inconscientemente, duma carapaça que nos tira a naturalidade.
Mas, Joana, vamos tentar não nos plastificar ainda mais. O seu Brumas também tem que lutar contra isso. Bom fim-de-semana.