23.8.10

Ninguém os quer


Não cessam as reacções contra a França pelo «envio» de ciganos romenos e búlgaros, que está agora a ser concretizada. Também a Itália é notícia, mas convém lembrar que a Alemanha os envia para o Kosovo, que Copenhaga quer expulsar 400 e que na Bélgica (maravilha das maravilhas…) houve 700 que foram expedidos da Flandres para a Valónia…

Parece assim absolutamente evidente que o problema se põe a nível de todo o continente europeu, sem se que se saiba exactamente do que se está a falar em termos quantitativos: o Conselho da Europa fala de 12 milhões de pessoas que, nalguns países, representam 5% da população. Um verdadeiro debate paneuropeu impõe-se (… ontem!), e não está a acontecer, para procura de soluções, partilha de recursos e conhecimento de experiências bem sucedidas.

Leio que a Espanha é precisamente uma excepção, pela positiva:
«España sigue representando una excepción privilegiada. Por lo menos hasta ahora, ningún brote de racismo institucional se ha producido contra los romaníes, mientras los gitanos españoles están integrados, aunque han pagado un precio: "La mayoría de los líderes gitanos de todo el mundo tienen su mirada puesta en nosotros, que hemos pagado el precio más alto que pueda pagar un pueblo en aras de la integración: el deterioro de nuestra lengua, patrimonio común de catorce millones de gitanos en todo el mundo que pueden entenderse sin la más mínima dificultad". Pero esto no significa que la integración pase por la homologación o una forma de etnocidio cultural: "Podría exponer más de una doctrina de sociología y de antropología cultural que sostienen que la convivencia es posible sin perder tus propias señas de identidad. Pero déjeme decir una cosa: el modelo se llama Andalucía. Hablo desde un punto de vista cultural, no de reparto o de justicia social. Ese podría ser el modelo de convivencia para todos los gitanos del mundo. Una comunidad en la que no se sabe si los andaluces están agitanados o los gitanos andaluzados".»

Se assim é, aprofunde-se o caso, estude-se a história do que foi feito.

Ou continuaremos a assistir a um fenómeno escandaloso, ignorando, talvez, que estes seres humanos nem sequer são bem recebidos nos «seus» países:

Uma vergonha – para todos nós.
...

1 comments:

Ana Cristina Leonardo disse...

Uma vergonha - exactamente. As limpezas étnicas radicais estão fora de moda, agora empurram-se os ciganos - não se sabe bem para onde. Talvez os queiram mandar de volta para a Índia (de onde parece que vieram no tempo em que os animais falavam...). Um nojo - exactamente.