«Sou em princípio a favor de todas as libertações, mas talvez desta ainda mais do que é costume. (…) Acontece que Suu Kyi é mulher e que para mais tem aquele arzinho fisicamente frágil que nos dá cuidados quando a imaginamos presa. É certo que na sua própria residência, que é capaz de ser mais confortável que a minha. Mas imagino que deve ser terrível para uma mulher, para mais senhora de boa disponibilidade financeira, não poder sair de casa para ir às compras no hipermercado mais próximo.»
E continua Correia da Fonseca que confunde talvez a Birmânia com a Coreia do Norte, quando ironiza sobre os malefícios da democracia:
«Não sei, é claro, se há algum hipermercado nas proximidades da residência de Aung San Suu Kyi, mas é praticamente certo que o haverá em tempo próximo, quando a democracia por ela desejada chegar enfim a Mianmar, pois é também para isso, para a abundante instalação de hipermercados, que a democracia serve, também para isso foi reinventada.»
Não lhe faria nada mal viver uns anos numa casa como a que se vê na foto, de um bairro para o qual foram obrigados a fugir os habitantes da velha Bagan, depois de verem todas as suas casas arrasadas apenas porque ousaram votar em Aung, nas eleições de 1990. Passaria (talvez...) a saber do que fala!
(Fonte)
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8 comments:
Ele há quem prefira a liberdade, e há quem prefira a autoridade. Sábias palavras, as que um comentador amigo ontem te deixou por aqui... ;-)
O curioso é que há quem aprecie libertações, mas não goste da liberdade.
Esse senhor está xexé ou sempre foi. Foi demitido do jornalismo por inventar coisas.
Eu mandaria o Correia da Fonseca a uma parte, ou seja, ao Continente!
Se é assim, Jorge, não lhe dêem esta tribuna para fazer tristes figuras.
A coluna do Correia da Fonseca é assinada e de opinião. Bem sei que hoje se confunde jornalismo e opinião, mas no Avante! o CF não faz jornalismo. Faz crítica televisiva. Como comunista sinto-me envergonhado com este texto do CF, que não é xéxé, é um homem inteligente, com valor, respeitado na comunidade em que vive. Agora, é um texto profundamente infeliz, que faz uso de uma ironia parva.
Vasco, penso que há por aí uma confusão: há que distinguir textos noticiosos de textos de opinião, mas estes são jornalismo. E, que eu saiba, o «Avante!» é um jornal e, mesmo, o «Órgão Central do Partido Comunista Português». Tem obrigação de saber escolher os seus colunistas e não é a primeira vez, nem será certamente a última, que CF escreve dislates.
Este texto não é «infeliz», é inaceitável, impublicável, o que é muito diferente.
Mas duvido que, na direcção do «Avante!» se tenha consciência disso.
Quer então dizer que um Pacheco Pereira, um Mário Soares, um Adriano Moreira ou um Pedro Lomba, habitauis colunistas - produzindo opinião - nos jornais "de referência" fazem jornalismo?
Vasco,
Não leve a conversa para o que não interessa: eu não falei de «jornalismo» no meu post.
«Aquilo» é um texto publicado num jornal, chame-lhe «assobio», se preferir.
Vergonhoso, como aliás, reconhece no seu primeiro comentário.
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