8.11.10

Para a Agenda


AUDITÓRIO DA LIVRARIA LER DEVAGAR
ESPAÇO LXFACTORY | ALCÂNTARA | LISBOA
PROGRAMA

SÁBADO 13 NOVEMBRO
10.00 h – Abertura
10.30 h - Cartas de um preso político para a sua filha
Ana Barradas
11.00 h - O PCP e a PIDE perante a homossexualidade
São José Almeida
11.30 h – Debate
12.00 h – Almoço
14.00 h - Desertar contra a guerra colonial – os núcleos de desertores na Europa
José Manuel Lopes Cordeiro
14.30 h - Um maoísmo português?
Miguel Cardina
15.00 h - A segunda vaga do movimento operário português
Ângelo Novo
15,30 h - Debate

DOMINGO 14 NOVEMBRO
10.00 h - O PCP e a Revolução Democrática Nacional
Jorge Nascimento Fernandes
10.30 h - Os Cadernos de Circunstância e o jornal Combate
Ricardo Noronha
11.30 h - Debate
12.00 h - Almoço
14.00 h - O PCP e o V Governo
Raquel Varela
14.30 h - Do 25 de Abril do Povo à 3ª cisão do PCR/UDP e a constituição da Política Operária
António Barata
15.00 h – Debate

RESUMO DAS INTERVENÇÕES

Título: Cartas de um preso político à sua filha
Autora: Ana Barradas
Resumo:
A "petite histoire" da vida dos militantes do PCP é muito pouco conhecida e sempre se cultivou o ocultamento dos percursos individuais, por razões de clandestinidade que se entendem mas segundo um padrão recorrente que se prolongou muito para lá do fim do fascismo. A recente morte de alguns dirigentes recorda-nos essa quase ausência de memória histórica em termos de vida pessoal. Por isso valorizamos aqui documentos fidedignos que os próprios deixaram: correspondem-se com familiares falando da sua condição de prisioneiros, da família, dos dramas e dificuldades, de como se comportar perante a adversidade, da arte e de poesia e das atitudes a tomar perante a vida em geral.

Título: O PCP e a PIDE perante a homossexualidade
Autora: São José Almeida
Resumo:
A construção da homofobia é uma realidade ao longo do século XX português. Ela é uma essa imposição do modelo de sociedade burguesa associada ao nascimento do capitalismo industrial no século XIX, que assenta na família nuclear, patriarcal, heterossexual e procriativa, e que doméstica a sexualidade, empurrando a homossexualidade para o submundo do não-dito e dos anti-sociais. Por isso, ela não tinha dignidade para ser usada pela PIDE como acusação, embora fosse investigada. Assim como não tinha dignidade para ser mencionada pelo PCP, mesmo quando implicitamente indiciada contra militantes que se quer afastar.

Título: O PCP e o V Governo
Autora: Raquel Varela
Resumo:
Vários autores analisaram a política do Partido Comunista Português (PCP), concluindo que o PCP procurou em 1974-1975 fazer um «golpe de Praga» de 1948, tentando uma via putschista para alcançar o poder do Estado e impor um regime satélite da URSS, ligado ao Pacto de Varsóvia. Neste artigo focar-nos-emos sobre a história do PCP neste período do V Governo, descrevendo e analisando a política do PCP durante o V Governo face ao movimento operário, ao PS, ao MFA e à extrema-esquerda.

Título: O PCP e a Revolução Democrática Nacional
Autor: Jorge Nascimento Fernandes
Resumo:
A Revolução Democrática Nacional pode-se inserir dentro das etapas intermédias” definidas pelo PCP que visavam derrotar o fascismo e instalar um regime democrático, sem os monopólios e sem a subordinação ao capital estrangeiro, tendo como objectivo último a instauração do socialismo. Isto implicou alguma ruptura, nunca assumida, com o leninismo e com a sua teoria da revolução socialista. E se para justificar estas novas concepções sempre se socorre de alguma frase de Lenine, a verdade é que este só escreveu sobre as etapas intermédias ou de transição a propósito de coisas bem diferentes, como era a revolução democrático-burguesa ou as lutas pela independência nacional.

Título: Um maoísmo português?
Autor: Miguel Cardina
Resumo:
Pretende-se com esta intervenção anotar algumas das características do campo "marxista-leninista" ou "maoísta" no país durante os anos que vão de 1964 a 1974. A pergunta que lhe serve de mote desdobra-se, nas suas três palavras, em outras tantas problemáticas. Analisar a existência de "um maoísmo português" significa: aferir a unidade / diversidade deste terreno militante; sublinhar o modo como este terreno ideológico tem uma dúplice relação de continuidade e descontinuidade com a tradição comunista; questionar a sua especificidade no contexto português.

Título: Do 25 de Abril do Povo à 3ª cisão do PCR/UDP e à constituição da Política Operária
Autor: António Barata
Resumo:
As tentativas de construção pelos maoístas agrupado no PCR/UDP de uma ampla frente popular, inspirada nas orientações do 7º Congresso da IC, produziram resultados contrários aos esperados – desagregação, cisões sucessivas, perda de influência política, eleitoralismo, reformismo, sucessivos fracassos eleitorais, desprezo pelo debate de ideias, dissolução do PCR… Em vez de uma escola de revolução, o PCR/UDP transformou-se numa escola de reformismo, oportunismo e promoção de carreiristas. A busca dos porquês de tais resultados empreendida por um núcleo de militantes, em particular por Francisco Martins Rodrigues, levou-os a sucessivas rupturas – com o maoísmo, o dimitrovismo e o estalinismo – e à descoberta de outro marxismo, tal como entendiam Marx e Lenine, liberto das falsificações que o descaracterizam e desacreditam.

Título: Desertar contra a guerra colonial – os núcleos de desertores na Europa
Autor: José Manuel Lopes Cordeiro
Resumo:
Entre 1961 e 1974, cerca de 200.000 jovens faltaram à incorporação no serviço militar, situação que se agudizou a partir do início da década de 1970: entre 1970 e 1972, o número de refractários situava-se acima dos 20%, num total de mais de 50.000 faltosos. Perante esta realidade, foram diversas as respostas dadas pelas diferentes forças políticas que se reclamavam do comunismo. O PCP defendia a participação dos jovens na guerra colonial, com o objectivo de acompanharem as tropas para as consciencializar e organizar. As diferentes organizações que agrupavam os comunistas revolucionários defendiam, na sua maior parte, uma posição diversa: recusar a participação numa guerra injusta, apelando para a deserção. Diferiam, contudo, na natureza desse apelo: se o mesmo deveria, ou não, apelar à deserção com armas. O autor procurará analisar os argumentos que sustentavam estas diferentes posições, apresentando também um panorama dos núcleos de desertores então existentes nos vários países europeus, e as actividades por eles desenvolvidas.

Título: A segunda vaga do movimento operário português
Autor: Ângelo Novo
Resumo:
Na viragem do século e, decisivamente, a partir de meados da primeira década do século XX, o movimento operário português entra num período completamente novo na sua história. É um ciclo que se encerrará com a derrota da greve geral revolucionária de 18 de Janeiro de 1934 e que conhecerá, de permeio, episódios de luta e assalto ao poder de uma vivacidade que jamais seria superada, nem mesmo em 1974-75. Esta adolescência turbulenta do proletariado português é um tesouro inesgotável, cujo legado se constituiu em terreno disputado, sujeito a interditos, esquecimentos e revisitações sintomaticamente selectivas.

Título: Os Cadernos de Circunstância e o jornal Combate
Autor: Ricardo Noronha
Resumo:
(falta)

1 comments:

Luta Popular On-Line disse...

Interesssante, mas nada para admirar, o "esquecimento" por parte dos organizadores dos marxistas-leninistas de hoje, e que se reivindicam do maoismo...
Só são convidados os desiludidos da revolução...porque será?!
Estamos habituados...mas a história nos dará razão.