É um ritual que cumpro desde há alguns anos: Alfa Lisboa – Porto, 24 de Dezembro, 14:00. Sempre na mesma carruagem, iria até jurar que, muitas vezes, no lugar 55 ou 56. Lotação sempre esgotada, no dia do ano em que muitas famílias, habitualmente distribuídas pelo Sul e pelo Norte deste minúsculo pais, tentam reunir-se a tempo do peru ou do bacalhau com batatas e pencas.
Mas nem tudo se tem mantido ao longo do tempo. A pouco e pouco, os meus companheiros acidentais de viagem começaram a substituir o Público, a Bola ou os velhos livros em papel, por um ou outro PC. Até que, este ano, não havia uma única pessoa à minha volta que não estivesse mais ou menos digitalizada - com portáteis de todos os tamanhos e feitios (até um ThinkPad, já não da IBM mas da chinesa Lenovo, evidentemente…), iPod’s, iPhone’s e seus clones ou novíssimos iPad’s. Online ou não, porque o wi-fi só virá, quem sabe, com o sebastiânico TGV… Impressionante!
Algumas horas mais tarde, perto da árvore de Natal, tudo volta à mais normal das tradições. Ou não: as crianças já não se escondem na chaminé para verem chegar o Pai Natal, preferem esperar por ele ao teclado de um computador.
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