De novo em Colombo, e já em estágio para o regresso que começa amanhã e durará quase vinte e quatro horas, continuo a ver nomes portugueses por tudo quanto é sítio, o que até é intrigante porque não há vestígios equivalentes dos holandeses que nos substituíram na nobre missão de colonizadores por estas trapobanas.
Trata-se de uma capital com um milhão e meio de habitantes, um pouco confusa mas quase «suíça», se comparada com cidades indianas como Bombaim ou Calcutá, ou mesmo com outras de menor dimensão. Templos budistas um tanto compósitos, com estátuas, salas de estar e elefantes vivos que coexistem numa (tórrida) harmonia, tuc tucs e outros que tais que cruzam riscos contínuos duplos com uma calma olímpica e eficaz.
Enfim, em breve mergulharei de novo em PECs e re-PECs e, também, num mundo de certezas sem dúvidas, que, por aí, parece ter tomado conta da blogosfera e do Facebook. Estou a pensar concretamente na Líbia e na intervenção em curso, sobre a qual não consigo deixar de ter dúvidas e um mar de hesitações que parecem não inquietar os meus compatriotas, freneticamente por ou contra, num mundo nitidamente pintado a preto e branco. O problema é certamente meu, mas, com tudo o que tenho visto e ouvido nas televisões, vejo sobretudo vários tons de cinzento. Deve ser deste clima – ou da distância.
P.S. – Não posso estar mis de acordo com o que Ricardo Noronha escreveu no Vias de Facto:
«Não tenho ainda muito claras as ideias acerca do que se está a passar na Líbia, mas assim de repente já tenho uma opinião formada sobre o que se está a passar numa série de blogs em Portugal. (…) Nenhuma vida se perde ou se ganha devido ao que nós aqui escrevemos. Sei que custa a aceitar este facto, mas talvez seja útil relembrá-lo, uma vez que, nos últimos dias, quase se poderia julgar que a linha da frente do conflito na Líbia passou pelo meio dos nossos teclados. Para o bem e para o mal, não é esse o caso.»
...
1 comments:
os holandeses eram apenas administração chegaram a penalizar com pena de morte quem falasse a lingua deles.o casamento misto foi proibido no oriente a não ser em alguns casos com comunidades chinesas. um pequenissimo apontamento para a constatação.
bom regresso.
Enviar um comentário