Esta crónica de José Medeiros Ferreira, publicada no Correio da Manhã, já tem uma semana, mas merece ser recordada.
Se a alta taxa de desemprego no nosso país já há algum tempo que força muitos dos que pertencem à tal geração melhor preparada de sempre a procurarem outras paragens, mais ou menos longínquas, o «Memorando de Entendimento», agora em vigor, só virá reforçar essa tendência.
Matéria para dolorosa reflexão, sem qualquer espécie de dúvida.
Matéria para dolorosa reflexão, sem qualquer espécie de dúvida.
«É uma velha lei das zonas monetárias que obriga o factor humano a seguir a moeda onde ela se encontra. Em claro, abre-se um novo ciclo de emigração para os portugueses.
Assim, no ponto que versa o ‘Mercado do Trabalho e Educação’, as medidas tendem a "facilitar a transição dos trabalhadores em todas as profissões, empresas e factores", fragilizando deliberadamente o vínculo dos contratos de trabalho, reduzindo os períodos do subsídio de desemprego, e as indemnizações de despedimento.(...) O caminho possível será pois a mobilidade para o mercado comunitário sob a figura da livre circulação de trabalhadores, ou para destinos extracomunitários sob o nome mais conhecido de emigração. (…)
Os países receptores querem receber recursos humanos formados nos países de origem à custa dos orçamentos dos Estados periféricos. Deste modo, o "combate ao défice educativo e ao abandono escolar precoce" fica a cargo da República Portuguesa. (…)
Num país em graves dificuldades de crescimento económico e fraco de investimento, a mobilidade dos recursos humanos, assumida pela ‘troika’ no quadro do endividamento, não se destina tanto ao mercado interno quanto ao externo. É uma ordem para emigrar.»
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2 comments:
Antigamente enviavamos pedreiros agora doutores.
Se ao menos vierem as «remessas»!
O Medeiros foi como refugiado e regressou doutor
agora irão como doutores e, quem sabe, um dia regressarão como refugiados ...
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