Parece haver uma «ligeira» diferença entre o que se passa no Chile e aquilo a que estamos habituados nesta estafada Europa: na sequência dos protestos estudantis, que duram há meses e que se têm concretizado em greves e numerosas manifestações, Sebastián Piñera, presidente da República, de centro-direita, tomou a iniciativa de ter ontem uma reunião de quatro horas, no palácio de La Moneda, com representantes dos estudantes, numa primeira tentativa para desbloquear a situação. Ninguém cedeu, nada ficou decidido e seguir-se-ão sessões de trabalho com membros do governo, já a partir de amanhã.
Podemos sorrir e olhar o facto como um gesto mais ou menos quixotesco e demagógico, típico de países da América Latina, mas julgo que é bem mais do que isso. E talvez valha a pena fazer um esforço e, para não ir mais longe, imaginar o equivalente, por exemplo em Espanha, com Zapatero (ou Juan Carlos…) a quererem falar com os «indignados» da Porta do Sol ou Cavaco a desejar conversar com participantes do Movimento 12M (vulgo «geração à rasca»), numa reunião de trabalho em Belém.
Os problemas lá, como deste lado do Atlântico, nem serão fundamentalmente diferentes. Distinta é talvez, na Europa, a sobranceria dos poderes instalados.
(Notícia)
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