28.11.11

O fado, o euro e os dias que aí vêm


O fim-de-semana foi um longo recreio para os portugueses. Depois de um Sábado em que só se falou de futebol e que acabou a arder, no sentido estrito da palavra, veio o Domingo em delírio pela consagração do fado. Nada contra o primeiro, e ainda menos contra o segundo, mas o ataque maciço de televisões e redes sociais, desde que se soube da vitória em Bali, foi quase um suplício e, para meu gosto, roçou o provincianismo.

E, no entanto, iam «caindo» notícias mais ou menos aterradoras.

Desconto dado ao alarmismo tão ao jeito dos semi-europeus de além Mancha, não é todos os dias que se lê que o Foreign and Commonwealth Office enviou instruções às suas embaixadas e consulados na zona euro no sentido de elaborarem planos de contingência para cenários extremos, «including rioting and social unrest». «Diplomats have also been told to prepare to help tens of thousands of British citizens in eurozone countries with the consequences of a financial collapse that would leave them unable to access bank accounts or even withdraw cash.»


Por fim, leio que Wolfgang Münchau terá dito em Lisboa que «se não houver o anúncio de uma solução [no Conselho Europeu de 9 de Dezembro próximo], haverá uma corrida aos bancos em vários países [europeus] num prazo de 24 a 48h (...) Quando começar vai ser tão rápido que a liderança da Zona Euro não vai ter tempo para reagir - e o euro não sobreviverá"»,

É difícil imaginar cenário mais negro. Que não seja sina, nem indício marcado de esperança perdida…
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2 comments:

Blondewithaphd disse...

Ó vida santa, que fado este!

Anónimo disse...

Os catastrofistas do costume. Ainda cá estamos e os bancos estão abertos. A quem interessam os boatos da morte do euro? talvez à libra e ao dólar, não?

Quanto aos nossos amigos de além-mancha, esses chauvinistas mal-cheirosos, estão tão interessados na queda do euro. Será que os seus confrades do dólar têm algo a ver com isso?
Por mim, eles e mais a sua rainha decrépita deviam era ser corridos da UE.

José Pina