Cheguei ontem ao Camões, pouco depois das 19:00, hora marcada para uma das várias concentrações que têm sido organizadas em solidariedade com o projecto Es.Col.A do Alto da Fontinha.
Ainda estavam poucas pessoas, mas as que iam chegando traziam um sorriso estampado na cara: vindas da calçada do Combro, da Baixa, da Misericórdia, ou de qualquer outra direcção, todas tinham visto magotes de polícias, em carrinhas (15, ao que parece…), motos ou apeados. O pacatíssimo grupo que acabou por ali se juntar viu-se «guardado» por um arsenal preparado para uma guerrilha urbana!
Mais tarde, alguns foram até S. Pedro de Alcântara, onde outros cantavam Zeca Afonso e não sei exactamente mais o quê. Dizem-me que estariam, ao todo, umas 100 pessoas… Mas o arsenal securitário não desarmou.
O que se passou ontem no centro de Lisboa é o espelho do desnorte e da ignorância dos que decidem e comandam estas operações: não percebem nada de nada, confundem bugalhos com coisa nenhuma. E, para além de caricato, tudo isto é perigoso: depois do que se viu no Chiado, nunca se sabe o que pode passar pela cabeça daqueles homens, frustrados dentro de carrinhas durante horas, sem poderem sequer dar umas cacetadas.
Vêm aí o 25 de Abril e o 1º de Maio e nem consigo imaginar o que se anuncia, em termos de parafernália de segurança. Estão talvez a preparar tanques para patrulhar as ruas. Mas sem cravos, desta vez – ninguém lhos dará.
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