No jornal «i» de hoje, mais um texto de Luís Januário, a não perder. Para gentes não demasiado «românticas», neste caso…
«Hoje (…) considera-se o amor total como aquele que reúne uma enorme intimidade, um compromisso forte e a uma paixão fogosa. Esse estereótipo de relação total, total como a gasolina de 98 octanas, o Exterminador, a artroplastia da anca, a Justiça e o Money makeover, a força Total e a ideologia Total, é particularmente repelente. Em primeiro lugar porque toda a paixão é momentânea, como ainda hoje garantia um título do jornal e sempre assegurou a psicologia popular. A paixão, esse prodígio de energia cega, dura nove meses, descobriram os cientistas. Exactamente o tempo de uma gestação humana. (…)
A melhor relação é a da paixão intermitente, como os faróis com reóstatos que de vez em quando ofuscam e depois brilham como as estrelas do Cruzeiro do Sul na Terra do Fogo. Com um compromisso simples e que se viva sem peso. E sobretudo, pouca intimidade.»
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1 comments:
Assim é: a paixão tem de ter pouco tempo de vida, para saber bem. Cada uma delas, claro, pobre de quem só teve uma paixão na vida...
Simão Gamito
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