@Gui Castro Felga
Saí de Portugal há meia dúzia de dias e já sinto uma certa estranheza. Quando percorro alguns jornais online e uns tantos blogues, ou passo uma meia hora pelo Facebook, parece-me que Portugal entrou numa nova fase: acabou a surpresa e o espanto pelo que lhe caiu em cima, já nem se sente espaço para muita indignação e, ainda menos, para qualquer réstia de esperança. Não que algo tenha mudado numa semana, eu é que estou a distância.
E essa fase dá pelo nome de «irritação». Os portugueses andam irritados, profundamente irritados, com o que vêem e com metade do que ouvem – porque já nem têm paciência para ouvir tudo.
Mas a irritação faz mal à saúde, individual e colectiva e, além do mais, é necessariamente instável e, por isso mesmo, passageira. Toda a questão está em saber o que se seguirá.
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